sexta-feira, 31 de julho de 2009

Cirque du Pauvreté x Cirque du Soleil

Do meu camarote vi crianças fazendo malabares e equilibrismos, pés e mãos no asfalto quente, girando com o tempo do vermelho que corre no alto de suas cabeças. Antes, o verde que simbolizaria a esperança, sinaliza mais um tempo perdido. Aplausos não irão satisfazer-lhes a fome. Corre com as mãos de vidro frio em vidro frio, na busca do agradecimento necessitado. Naquele momento, não me lembrei pra quem iria o ingresso cobrado. Observei que ali, no ato de sua apresentação, fazia esquecer-se os sonhos de uma criança. Deu-me um aperto no coração. Há quem acredite que o espetáculo não vale um centavo. “Trabalham pra sustentar suas mães vagabundas”. O que não é de todo errado. Mas como explicar isso, não há uma criança, mas ao seu estômago barulhento com ruídos do vazio? Essas apresentações do “Crique du Pauvreté”, dão-se na saída de um famoso centro comercial. Onde muitos entraram, enfrentaram filas gigantescas pra comprar seu tão indispensável ingresso para o não menos famoso “Cirque Du Soleil”. As apresentações do nosso circo da pobreza, não chamam muita atenção, uma vez que se repetem de semáforo em semáforo. Mas é comovente certamente.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

AMAR COM RESPEITO

RESPEITO é fundamental. Não me referindo aos respeitos morais, sociais ou culturais. Refiro-me à pessoal!
Condutas, aquilo que o(a) torna singular a sua essência equivale ao seu VALOR! Entretanto, é comum parecer que o amor não requer ética alguma; que por ele (o pseudo amor) vale tudo, qualquer coisa para viver esse sentimento. Será?!?
Não estou, em absoluto, regrando o que venha a ser certo e errado, visto que esses são valores individuais; sendo assim, o único coração que posso afirmar conhecer em verdade, é o meu. Mas andei olhando carinhosamente pra mim, um olhar atento. Vi-me, mas reconheci não só a mim. E confesso, não gostei do que vi.
Amar no estilo fast de viver. Quantas vezes nos deparamos com isso no dia-a-dia, propaganda, televisão, filmes, incentivando o sexo sem compromisso, os envolvimentos fugazes, passageiros, como se até realmente o amor tivesse definitivamente entrado nesse estilo fast.
Nossa, por experiência própria eu sei o quão difícil é avaliar os riscos de uma relação, em especial, por que se trata de duas pessoas, dois corações, dois seres com razões e emoções diferentes entre si. Mas temos que ser responsáveis pelo que somos, pelo que pensamos e pelas nossas escolhas e limites, por nossos atos e também, a falta deles.
Você acredita ter ética? Até onde o romantismo do amor incondicional vai ocupar o espaço na sua realidade, até onde você acredita que vale chegar para vivenciar uma relação? E o preço? Será que desistir não seria mais saudável? Quanto de dor tem que doer para entender que, diante de sua própria dor ou da dor do outro, o melhor é rever seu lugar, sua postura e suas escolhas?!?
Entre a guerra diária, o vale tudo, a falsidade mantida em algumas relações, ou a esperança que essas relações aconteçam, parece que a única semelhança é a inconsistência. Não existem motivos para uma relaçação realmente consistentes, não existem motivos para o amor; isto é, falta motivação para o coração. E nesse caso, a falta equivale à inexistência. Não existe esse gancho que una o desejo à coragem de expor os sentimentos.
Saber o que é certo ou errado, não consigo avaliar. Não tenho essas respostas Não pra você, as tenho pra mim. Ando pelo meu caminho e cada um no seu. Ou seja, de sua ética é você quem deve saber! Mas não seria ideal que cada qual, de vez em quando, desse uma olhada pra si, com esse carinho, com essa atenção. Não julguemos, não sejamos preconceituosos, não queiramos ter a verdade absoluta, não sejamos vaidosos, ou prepotentes. Vamos apenas respeitar a nós, nossos sentimentos, nosso amor próprio. Respeitar nosso limite, sem impor eternos ou incondicionais. Vamos apenas respeitar nosso coração... ainda que isso signifique abrir mão de uma relação ou de um desejo de relacionar-se... por amor a si mesmo e ao outro!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Às vezes fico assim, sei lá!

Há muito chorei as lágrimas dos velhos motivos. Apenas tenho a sensação que meu dia não amanheceu. Que ainda é noite. E nas janelas de minha alma, correm, ou querem correr, os resquícios da garoa que caiu em algum momento. Nesses dias/noites, meu coração se fecha. Meus olhos olham muita coisa, mas não enxergam nada. O que me falam não tem alcance à minha mente, mas ligação direta com um sorriso falsamente projetado. Por que em minha cabeça só há espaço para minha tristeza sem razão, sem fundamento. Só há lugar para o meu autismo temporário. Me perco no meu infinito particular, onde nem meu consciente saberia descrever onde, como e quando essa tristeza me tomou. O pior é não me sentir menos “eu” por está assim. Mas querer me esconder do mundo.