quinta-feira, 13 de maio de 2010

Encerrando Ciclos

Escrevo hoje pra me justificar.

Depois de muito tempo sem escrever, ou mais precisamente, sem postar nada, venho hoje pra dizer que passarei mais um tempo sem visitar meus amigos queridos, meus posts amados e sem colocar minhas palavras, loucamente descritas aqui. O por quê? Recesso! Minha mente entrou de férias. Dando lugar ao prático, ao real, ao palpável e possível. Começando hoje, uma faxina geral, desde o guarda-roupa, passando pelo quarto, sala, cozinha e banheiro. Entro também no meu mundo e organizo meus órgãos. Cabeça que ser pulmão, coração que acha ser a cabeça de tudo, olhos que acreditaram ouvir e boca que esta utilizando ultimamente apenas pra respirar. Enfim, uma desordem. Estou praticando o desapego. Jogando fora tudo que me fazia meio bem, tudo que me fazia meio feliz, meio organizada, meio motivada. Abrindo espaço em minha vida para o novo. E não aceito nada usado. Quero novo! Novos olhos, que funcionem direito, que vejam exatamente as coisas como são, ouvidos que entendam o que querem me dizer, pernas que me levem a lugares que me engrandeçam, uma cabeça que pense claro e principalmente um coração que bata por mim! O meu já não fazia mais isso. Rsssss. Se sou a mesma? Sim, sou a mesma! Em essência continuo exatamente igual. Gosto das mesmas coisas, aprecio os mesmos perfumes, cultivo os mesmo girassóis, só que agora, pra mim. São partes do que sou.

Rasguei meu livro. Não condizia mais com minha realidade. Tirei papéis, limpei caixa de e-mail, me livrei de elos anelares que me prendiam a uma realidade meio matrix. Paralela ao que de fato tenho que viver, enxergar. Confesso que o receio me tomou algumas vezes, mas mudanças são necessárias. Passar a entender, que o sol será sempre o sol, a lua, sempre a lua, mesmo apaixonante e apaixonada, estará sempre lá, não é minha, nem sua e ao mesmo tempo de todos. Sem direito de propriedade e de uso fruto geral. O incondicional limita, mas também liberta. Sendo incondicional, aonde quer que se vá, estará sempre presente. E é isso que busco. Ir, longe e além dos limites. Fica muito chato andar, quando se aprendeu a voar. Eu ganhei minhas asas e por uma medo banal, me limitei a caminhar. Poderia ter evitado mil tropeços, cai muito mais no chão, pisei em espinhos, cortei os pés, quebrei a cara. Então, pelas asas a mim fornecidas, faço-me do direito de ir além do horizonte.

domingo, 2 de maio de 2010

Numa dessa noites
Em que a chuva bate lá fora,
Bateu também em minha porta
A tal da solidão.
Num som desolador, me pediu pra entrar.
Não pude evitar.
Me afastei, de passagem pra ela.
Calma e terna,
Como sempre foi.
Tomou aos poucos o espaço
Que eu guardava tão atentamente.
Nada dali sobrou de meu.
Deitou-se em minha cama,
Cobriu-se com meus sonhos.
Pegou meu coração.